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Guedes defende que países sejam remunerados por preservação ambiental

Em painel transmitido em Glasglow, ministro afirmou que é preciso ir além da lógica de punição e olhar também pelo lado do incentivo e remunerar quem preservou o estoque de riquezas naturais

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Ministro da Economia, Paulo Guedes, quer que Brasil seja protagonista em preservação natural (EDU ANDRADE/Ascom/ME/Flickr)

Ministro da Economia, Paulo Guedes, quer que Brasil seja protagonista em preservação natural (EDU ANDRADE/Ascom/ME/Flickr)

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Alessandra Azevedo, de Brasília

Publicado em 5 de novembro de 2021 às, 14h44.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às, 16h03.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 5, que o Brasil deve protagonizar a agenda verde no mundo. Mas, para ele, é preciso não apenas "punir" por meio de tributação países com níveis altos de poluição, abordagem adotada pelos países desenvolvidos, mas incentivar a preservação dos recursos naturais. 

“Sabemos que o futuro é verde e digital. O Brasil tem que ser protagonista nessa história”, disse Guedes, no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, em painel transmitido no estande do governo brasileiro na COP26. Ele defendeu medidas que possam reduzir os poluentes, “mas, por outro lado, incentivar a preservação dos recursos naturais”.

Segundo Guedes, muitos países “olham para o fluxo anual de poluição e pensam em punição, impostos”. Ele fez um apelo para que “olhem para o outro lado”, no qual, para ele, o Brasil deve ser protagonista. “Ao contrário do fluxo anual (de poluição) que é tributado, tem que achar um jeito de remunerar quem preservou esse estoque de riqueza”, disse.

Mais cedo, em evento promovido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), Guedes falou que “tem de haver pagamento por serviços ambientais” e ressaltou que "o Brasil é campeão nisso". Ele lembrou, nos dois eventos, que Brasil, Índia e Indonésia vão presidir o G20 nos próximos anos e devem trabalhar em uma agenda comum nesse sentido.

No painel, o ministro apontou medidas tomadas pelo governo brasileiro na preservação do meio ambiente, como a manutenção de parques naturais e a criação da Cédula de Produção Rural (CPR) Verde, que estimula a preservação ambiental por parte de produtores rurais, além do crédito subsidiado do governo, com juros mais baixos para agricultura de baixo carbono.

Para Guedes, haverá uma transformação muito rápida na economia mundial, o que justifica “um novo olhar do incentivo, em vez do olhar da punição” adotado hoje. “O abandono de formas antigas de fazer as coisas é doloroso para alguns setores. Vem um mundo novo numa velocidade altíssima, e temos que estimulá-lo com olhar complacente com essa transição”, disse. 

O Brasil, segundo Guedes, tem uma “vocação natural” para o verde, o que faz com que o país já tenha “partido na frente” nesse meio. "Agora nós entramos de cabeça nessa nova causa, que é a causa verde depois de um início um pouco hesitante", disse. Os problemas, de acordo com ele, "eram de outra ordem", como invasão de terra e queima de propriedade.

"Então, quando o governo tomou postura de defesa da propriedade privada, isso acabou transbordando para fora. O que era uma guerra política interna transbordou pra fora como uma imagem de um país que não preserva recursos naturais", disse, ressaltando que essa "não é uma imagem correta". 

Ministro do Meio Ambiente

Guedes também aproveitou o evento para elogiar a gestão de Joaquim Leite à frente do Ministério do Meio Ambiente. “O ministro Joaquim Leite chegou na hora certa e com discurso certo”, afirmou. Leite, que participou do evento ao lado de Guedes, também defendeu uma dinâmica de incentivos em vez de punição.

"Temos um mundo pela frente em relação a esse volume de conservação de floresta nativa que o Brasil tem. Tem que ser uma linha de base. O Brasil é um país com natureza exuberante e costa oceânica gigantesta, que protege", disse Leite. Para ele, esses recursos devem ser "reconhecidos como ativo sustentável" que o país continua preservando.

"O Brasil está se colocando como um protagonista nas negociações, mostrando mais ambição em relação a essa nova economia verde porque tem políticas que já vão nessa direção", disse o ministro do Meio Ambiente. 

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